Finalmente cheguei a uma fase da vida em que me é possível retornar para a prática da arte, embora dela nunca tivesse me afastado completamente e nem dos artistas, fato esse que tem me propiciado algumas constatações e reflexões.
Pude perceber que alguns conseguem abrir seu espaço no mundo da arte e no mercado, conseguindo viver e ser remunerado pela sua arte, enquanto outros ainda em início de carreira ou pouco mais que isso enfrentam as agruras do esforço para participar de exposições e concursos, objetivando com isso a construção de um currículo que inspire respeito, na esperança de que com ele possa enfim se lançar no mercado e com isso ser reconhecidos e bem remunerado.
Com alguns dos amigos artistas vim conversando sobre as principais dificuldades encontradas, tais como:
- Ter suas obras aceitas em galerias ou espaços que realizem o trabalho de venda.
- O paradigma de ter que participar de grupos para junto com outros realizar exposições e mostras, embora muitas vezes ao invés de serem remunerados acabam por pagar para ter sua obra exposta com raras vendas. Naturalmente não sou contra investir na própria carreira, mas o que aqui saliento é para vencer muitas vezes se investe em caminhos de pouca ou nenhuma possibilidade.
- Conseguir ver seu trabalho reconhecido e valorizado.
- Como fazer para ser visto e notado por quem compra?
- Como motivar uma pessoa para investir na sua arte?
- O dilema: atender a pedido ou criar livremente?
- Para que e para quem a arte é produzida?
Essas conversas com diversos artistas tem demonstrado que esses temas estão presentes nas dúvidas da maioria e naturalmente cada um tem uma resposta, embora demonstrem que isso não basta para que se solucione o problema.
O mais comum é cada artista acabar por criar um verdadeiro acervo de sua própria obra, com vendas para pessoas muito amigas ou para parentes, exceto naturalmente para aqueles que já conseguiram abrir caminhos que viabilizam sua trajetória profissional.
Faço parte de um grupo e movimento denominado de “Arte Intencional”, o qual considera que esses assuntos precisam ser resolvidos, mas também outros aspectos deveriam ser considerados, por exemplo:
- O que desperta o desejo de uma pessoa para desejar possuir uma obra, uma vez que a compra por ter sido atraído por ela não atende às questões racionais?
- Se a arte pode contribuir para a nobreza da alma, não seria por aí o caminho para despertar o desejo nas pessoas?
- O artista em sua produção deveria estar voltado apenas para atingir as pessoas de maior poder aquisitivo? Existiria um mercado potencial, ou seja, grupos de pessoas que se despertadas também estariam dispostas a adquirir obras de arte, embora com menor capacidade de investimento?
- Se olharmos para a vida das pessoas podemos dizer que nossa arte está fazendo falta para suas vidas?
Com base nessas duas bases, ou seja, minhas conversas com artistas e o grupo de Arte Intencional, surge naturalmente uma questão fundamental: como proceder para efetivamente agregar valor à arte que possa diferenciar a produção artística? Logicamente as primeiras respostas vão pelo caminho de salientar a necessidade de técnicas apuradas, qualidade e tipo da criatividade que possa agradar o comprador, sua imagem pessoal no mercado e seu relacionamento pessoal. Considerando ser essa a busca de todo o artista, qual poderia ser o diferencial para agregar a qualidade de tocar a alma do apreciador a ponto de levá-lo a desejar possuir a obra?
As conclusões resultantes de meus estudos sobre os efeitos energéticos de comportamentos, pensamentos e sentimentos, hoje demonstrados pela mecânica quântica, levam a considerar a necessidade de agregar a qualidade energética como um fator preponderante para elevar a arte ao seu nível de maior efetividade, que significa dizer “tocar a alma do apreciador” e conduzi-lo pelo sentimento, mais que pela razão, haja visto como já salientei acima a compra da obra de arte, desconsiderando-se os fatores investimento-especulação, é motivada princialmente pelo apelo emocional-energético promovido pela obra.
Fornecer instrumental metodológico é a contribuição da “Arte intencional”, ou seja, especialização em agregar qualidade energética à arte.
Ótimo texto. Estou vivenciando esta fase na minha vida profissional. Resolvi agora enfrentar o mundo de exposições e mostras de arte. Vejo o quanto o artista precisa acreditar no seu trabalho e investir para que talvez um dia tenha algum retorno financeiro. O conflito entre a obra por encomenda e a proposta de criação livre também é constante.
Seus artigos são sempre pontuais!
Abraço!
Márcia
Criar maiores condições para melhores e mais rápidos resultados, incluindo as questões de criatividade é a contribuição da metodologia de Arte Intencional (qualidade energética na arte).
Amadeu, para começar,muito obrigado por seu artigo. Muito claro e cosciente. Parabéns. Entendo e concordo com a maioria dos posicionamentos. Gostaria de contribuir mostrando a minha escala de valores sobre o assunto. Penso que cada artista tem lá suas idéias sobre tudo isso e cada trajetória tem suas características específicas. Do meu lado, tenho que dizer que sou totalmente a favor da arte “pura”, custe o que custar. Isso quer dizer que, nada pode se colocar entre a arte e o artista, nem mesmo a sobrevivência. Também acredito que para atingir algum resultado deve-se ter dedicação exclusiva e total. Sou muito radical, pois eu realmente iria a extremos dentro do meu limite ético e moral por esta “pureza”.
O contraditório nisso tudo é que, se nós artistas não conseguimos nos sustentar com esse trabalho, temos que nos viirar com qualquer outra coisa, diminuindo nossa dedicação e reduzindo nossa probabilidade de chegar a resultados relevantes. É o paradoxo da pintura. Eu estou complicando bastante, quero ir além do simples “sucesso” no mercado, falo de fazer diferença, de seguir novos caminhos, de desafiar o estado dado e quebrar paradigmas. Parece algo Don Quixoteano é verdade, mas já é tão difícil mesmo para os artistas, já é tão ambicioso imaginar-se vivendo de sua arte, que, sonhar com revoluções não faz assim tanta dferença.
Então, para mim, antes de pensar nos métodos de sensibilizar o apreciador por resultados práticos, penso em focar a energia na própria produção, mesmo que por hpra não seja necessariamente apreciada. Isso nos leva a questão do gosto. Algumas pinturas, pintores ou mesmo movimentos artísticos nem sempre foram compreendidos por sua geração. A sociedade precisa de tempo para assimilar mudanças e se acostumar com elas, então se o objetivo for contribuir com a mudança, é provável que tenhamos que ser pacientes mesmo. Vendo do meu jeito, o êxito é o desenvolvimento do artista através de sua obra e não a produção em série de obras de arte para fins comerciais (pastiche).
Amadeu, suas colocações são excelentes, pode parecer que eu apenas não concorde com elas, mas não é assim, me senti compelido a fomentar a discussão em primeiro lugar com os pontos que me são mais caros e gostaria de ler sua opinião sobre. Mais uma vez obrigado por um texto tão interessante para os artistas.
Caro Marco, grato pela contribuição. A grande questão, como vc também aborda, está na manutenção da pureza ao mesmo tempo em que se cria condições materiais e até financeira para viabilizar sua contribuição para a sociedade através da sua arte. Minha proposição é que se agregue ao esforço já em desenvolvimento em cada artista o objetivo de aumento da qualidade energética na arte para que com esse composto se consiga maior capacidade para a resolução da questão acima, especialmente quanto à manutenção da pureza, a profissionalização e remuneração garantindo com isso a contribuição da arte para o desenvolvimento da cultura e para a vida da população. Esse é o objetivo do que venho nominando de Arte Intencional.
Gostei muito do comentário acima. Se e para investir na arte, que seja na própria obra. Explicando melhor, colocar toda a qualidade energética naquilo que se propõe a fazer, independente de agradar ou não o publico consumidor. Como vimos no texto do Amadeu, a maioria dos artistas acabam tendo que buscar fontes de renda alternativa. O que parece mal por um lado, menos tempo para se dedicar a arte, pode ser bom por outro, deixa liberdade para criar sem visar um retorno financeiro imediato.
Eu não sou artista, mas trabalho com antigüidades e tenho um espaço dedicado a expositores, artistas que procuro ajudar na divulgação de seus trabalhos, e vejo que os resultados são pouco ou quase nada em se tratando de vendas, mas aos poucos o números de pessoas que apreciam a arte vai aumentando e criando um publico antenados e sensível. As respostas são sempre positivas e na maioria das vezes o artista sai satisfeito com a divulgação do seu trabalho e com a chance de mostrar seu talento. Quanto a sobrevivência material…não conheço outro caminho!
Ana Cristina, parabéns por seus resultados no trabalho com os artistas. Creio que minhas respostas oferecidas ao Ivonesio e ao Marco podem ser interessantes também para vc e seu trabalho.
Caro Amadeu, assim como Você, consegui chegar ao ponto de dedicar-me a arte 100% do meu tempo. Mas viver da arte, como é sobejamente sabido é difícil e, através do Linkedin que uso como rede profissional tomei conhecimento de suas colocações (qualidade energética da arte). Também assisti o vídeo (com colocações inaugurais sobre um curso) e a partir de minhas minhas próprias experiências gostaria de dizer que, no que tange às artes suas colocações são extremamente simplificadoras e que as artes envolvem muitos aspectos que impedem tamanha simplificação. Quanto ao curso gostaria de conhecer quais são os resultados efetivos, que você como consultor organizacional está colecionando e que apoiariam de maneira insofismável a objetividade da “qualidade energética da arte”. Grato antecipadamente por sua atenção!
Caro Ivonesio, grato por sua atenção e comentários. Naturalmente, como vc coloca, a questão é bem mais complexa envolvendo não apenas o artista e sua obra como também, por exemplo, as questões de mercado com a forma de atuação dos seus agentes, a percepção do artista quanto ao seu produto e apreciador, a percepção da população para a importância e nobreza da arte, dentre outras. Minha abordagem não visam simplificação da visão e sim o salientar aspectos que possam compor com os esforços pré-existentes para a resolução das dificuldades enfrentadas pelo “SER” artista. Esse é o objetivo da “Arte intencional” e do curso de especialização em “Qualidade energética na arte”.
Ana Cristina, parabéns por sua atitude atenciosa para com a cultura e a arte. Quanto ao comentário, é por aí mesmo, fiquei preocupado de não me expressar bem, mas você pegou. Quando se descobre a vocação para a arte, começa uma jornada que, via de regra, é muito difícil e tortuosa. Antes de pensar em qualquer sucesso profissional nessa área, um artista tem mesmo é que pensar em como vai comprar os dispendiosos materiais necessários, como vai sustentar seus filhos, como vai pagar por uma passagem de ônibus ou até como vai comer no dia seguinte… Parece dramático, né? … e é!
Parece que cada vez mais um mercado se especializa em extrair de jovens artistas o pouco de esperança e outro bocado de tostões que lhe restam. Não é bastante todo o investimento durante sua formação, que é caríssimo, ainda há uma despesa extra com todo o tipo de produtos indispensáveis. Fora não poder ter apenas o foco na produção artística, temos ainda que ser ou adquirir habilidades “socio-administrativo-gerencio-empresariais”…. somos nossos próprios redatores, secretários, vendedores, marchands, galeristas, representantes, agentes, gerentes, webdesigners/developers, contínuos, contato, advogados, etc. Quando há um edital para incentivo, lá vamos nós aprender a preencher formulários e planílhas complicadíssimas, fazer planos de marketing, distribuição, material gráfico e tentar provar por meios inadequados porque nosso trabalho necessita de patrocínio mais que qualquer outro… aí não ganhamos nada, nem tapinha nas costas.
Já que o post é: “A dificuldade de ser artista”, vamos lá. Alguns desistem já nas primeiras adversidades, outros vencem, a grande maioria fica pelo caminho sem saber o que aconteceu. O que não concordo é apontar os artistas como únicos responsáveis por seus fracassos, como se pode ter êxito em arte num país que não fundamenta sua população com cultura e artes. Se carreiras promissoras não decolam, não é porque o artista não teve preparo em outras áreas, quem não está preparada é a população. Ao artista deve-se cobrar “o produto” de seu pensamento artístico/filosófico, não um “produto” a ser consumido por “toda a sociedade”, mas sim ideias para serem compreendidas por “indivíduos”, que as entenderão de formas diferentes, fomentando a cada um, inspirando a cada um. Muito diferente de artigos com uma função específica que só servem para aquilo o que foi projetado.
CAros Amadeu, Ivonésio e Ana Cristina, desculpem o chororô, mas o objetivo é contribuir, quem sabe até abrir os olhos de pessoas sérias e interessadas. Amadeu, assim como o Ivonésio, gostaria de saber mais sobre sua proposta e conhecer os resultados, não entendi bem o que você escreveu em resposta ao vonésio. Acho que você poderia elaborar um texto mais objetivo pra nós todos, estou realmente curioso com o seu discurso e suas propostas, mas ainda entendi muito bem.
Boa noite,achei muito interessante tudo que foi dito até aqui.mas o que realmente o cosmopolitanart colocou,acho que ele tem razão.O caso é ter
uma solução. com a ajuda da midia,do governo e outros que goste da arte.É triste saber que a cultura do povo brasileiro é tão fraca.(sem noção sobre arte).A verdade é que temos que conviver dessa maneira e acreditando que um dia possamos viver daquilo que fazemos e amamos tanto.obrigado por ter criado este espaço sobre o assunto “SOBREVIVÊNCIA ATRAVÉS DA ARTE”.
Caros amigos, procurando contribuir, creio que temos algumas questões a considerar e como já foi falado o assunto é realmente complexo. Um dos aspectos que tenho discutido com o grupo de Arte Intencional é sobre a questão do mercado real e o mercado potencial. No primeiro temos os que já despertaram para a necessidade de viver com arte e os que tem na arte o objetivo de investimento ou especulação, como é o caso dos colecionadores e grandes instituições; no segundo temos o restante da população incluindo uma classe média emergente que não é de poder aquisitivo muito alto e que ainda não despertou para a necessidade de ter a arte sempre presente no seu cotidiano comprando carro mas não adquirindo obras de arte. Minha história de vida me mostrou que a arte pode por si realizar o trabalho do despertamento mais do que esforços de desenvolver a cultura por direcionamento racional. Uma obra pode fazer uma pessoa necessitar dela e com isso despertar o ser. A esse poder é que estou chamando de qualidade energética da arte.
De outro lado vejo os artistas todos voltados para o mercado real com todas as dificuldades que essa disputa gera, inclusive porque o papel dos agentes desse processo de comercialização não se mostram claros. Assim acho que necessitamos de criar esforços para desenvolver maior qualidade energética na arte, ao mesmo tempo em que consigamos criar formas e mecanismos de democratização da arte, inclusive a nível de custos / investimentos, atingindo assim o mercado potencial.
Para facilitar o entendimento do que chamo de qualidade energética da arte, fiz uma fala que está disponível em http://www.ustream.tv/channel/arte-intencional.
Olá Amadeu!!!
Lí o seu texto (sobre a dificuldade de se viver da arte), bem como, os comentários do pessoal. Porém, um comentário chamou mais a minha atenção, por exprimir, em termos resumidos, o que deve nortear a arte, na vida do artista plástico e que foi postado pelo rapaz, que se chama COSMOPOLITANART. Quando ele fala que prefere fazer uma arte pura, acima das questões mercadológia/sobrevivência, etc, etc, nada mais é que se entregar de corpo e alma na elaboração do fazer artístico, procurando imprimir no seu trabalho toda uma carga de sentimento e prazer (e isso é pura energia). Antes de mais nada, o artista tem que amar a sua arte, independe de que ela vai ou não agradar ao público. Embora a discussão, aqui proposta, esteja focada na necessidade do artista plástico “sobreviver” tão somente da sua criação, sinceramente, eu sou mais da linha de raciocínio do COSMOPOLITANART. O caminho é assim mesmo, bem tortuoso e imprevisível. Só fracassam e ficam no meio do caminho aqueles que não acreditam no seu trabalho e/ou produzem uma . arte medíocre e fútil, visando apenas o mercado e a sua conta bancária. Viver das artes plásticas aqui, nesse país tão jovem, em se falando de história, é padecer no paraíso. Eu, por exemplo, já participei de algumas exposições, catálogo, etc, etc, e sei o quanto é difícil ver o seu trabalho ser reconhecido e apreciado pelo público, como a gente gostaria que fosse. Porém, mesmo vivenciando essas “dificuldades”, nunca deixei de acreditar e persistir (e, aqui, usei a palavra certa), na minha jornada criativa. Quanto a “despertar” nas pessoas o gosto pelas artes plásticas, fazendo com que elas tenham a necessidade de adquirir uma obra de arte, eu acho, sinceramente, que ainda não é chegada a hora da grande maioria da população (principalmente, a da classe média), priorizar a arte, em relação a outros bens de consumo. Lembre-se, meu caro Amadeu, que o Brasil tem uma história muito recente (só 500 anos), em relação a Europa, por exemplo, em que se respira arte em toda parte, e que a sua população foi educada a gostar, a apreciar e a comprar obras de arte. É preciso mais 500 anos (estou exagerando, é claro!!!!), para mudar essa situação. Enquanto isso, vamos vivendo e produzindo a nossa arte, aos trancos e barrancos, sem nunca pensar em desistir.
Um abraço,
Rui Cruz Pacheco – professor e artista plástico.
Caro Rui, grato pelo comentário, mas em primeiro lugar quero salientar que embora o título tenha levado mais para a discussão da dificuldade de se viver da arte que é um dos aspectos do que intentei discutir, o foco do texto (pelo menos foi o que objetivei e se não fui claro me perdoem) foi “A DIFICULDADE DO SER ARTISTA” que envolve naturalmente também as questões discutidas. Devo declarar minha concordância com você quanto a importância de ser puro, autêntico, não corruptível e assim por diante, bem como às questões da nossa breve história quando comparada ao chamado “velho mundo”. Com relação ao despertar as pessoas para a necessidade da arte, do ponto de vista lógico e econômico nossa classe média, principalmente a emergente, “ceteris paribus” ou tudo mais constante como se diria em economia, tenderá a priorizar a copia e valorização dos sinais aparentes de bem estar e realização, ou seja, os voltados para o consumo, fato que torna o artista e sua arte como fatores supérfluos, embora como artistas saibamos que a arte é transformadora e necessária a vida inclusive para a elevação da civilidade do homem. O que eu tenho buscado com a Arte Intencional é o aumento da qualidade energética na arte que permita ao artista, através da sua arte, exercer sua função de transformação e contribuição para o viver das pessoas fazendo com isso que não precisemos de outros 500 anos para que a arte possa assumir sua importância natural. Por último quero externar minha admiração ao “Ser artista”, como os que têm se manifestado nesses comentários, pois embora com imensas dificuldades persistem na busca de colocar a sua arte a serviço da população.
Uma abraço
Amadeu Bernardo
Bom Dia para todos! Continuando o nosso debate, gostaria de destacar alguns tópicos. Inicialmente, a ARTE COMO GRIFE.
A arte como grife, objeto de desejo e consumo é uma realidade. Entretanto, esquece nosso colega Gabriel Noboru que há muitas “Tribos”. Existe a Tribo consumista, a Tribo Zen, a Tribo intelectual, a Tribo ameba, a Tribo Country, e outras tantas que vocês podem me ajudar a enumerar. O fato é que existem NICHOS DE INTERESSES nos grupos sociais e, são estes interesses que vão nortear os seus consumos.
Neste aspecto a ARTE INTENCIONAL passa a ser uma GRIFE, porque reúne elementos que a diferenciam das demais. A ARTE INTENCIONAL é a arte que tem em suas pinceladas e tinta, matéria energética benéfica ao ser humano. Entre comprar um quadro de um anônimo e um quadro de Arte Intencional de um anônimo, as pessoas vão optar pela ARTE que carrega vibrações positivas! Neste ponto, entra o marketing da ARTE INTENCIONAL. O movimento da Arte Intencional precisa de uma bela Galeria, nada que pareça alternativo, para reunir os artistas de todos os diferentes nichos de interesses. Um local, onde Arquitetos, designers de interiores e público em geral tenham como referência.
A Arte como profissão ( segundo tópico) pode tornar-se realidade com este Movimento da Arte Intencional. A ARTE PURA NÃO EXISTE! O que seria a Arte pela Arte? Ficar pintando até não termos onde colocar os nossos quadros? Ou seja, sermos artistas de grandes acervos próprios? Nada mais frustrante….
Não seria preferível, pintarmos entre 6 a 10 horas por dia e PRODUZIRMOS quadros que vendam, e termos dinheiro para comprar tintas, telas e ainda para as nossas despesas diárias? Não seria esta atividade um exercício e treinamento até nos tornarmos artistas de renome? A prática da pintura é essencial para descobrirmos o que queremos da técnica da arte e o que queremos transmitir com a nossa Arte! A consciência do artista sobre a sua arte deve ser uma busca contínua e que só se concretiza no exercício da Arte e na sua prática. Nesta medida temos a ARTE PLENA, onde consciência, técnica e intenção se conjugam. A Pureza é para os puros, para os inconscientes, ou seja, para as crianças!
O terceiro tópico é paradoxo entre a Arte Sumie e a Arte Intencional. A arte oriental, mais precisamente a Arte Sumie é a arte do Zen Budismo onde o ato de pintar é um exercício para o equilíbrio, da harmonia. A Arte Sumie deve ser executada o mais breve possível, no nível do inconsciente, para trazer para trazer para a tela a alma do que é retratado. Uma tela de peixes, não é uma mera representação plástica e visual de peixes, mas os próprios peixes, carregando por esta razão uma matéria energética benéfica, de qualidade para a tela que colocamos na nossa casa. A busca da Arte Sumi-e é transmitir paz, harmonia e equilíbrio para quem as observa, e para quem as executa. Parece-me que a ARTE INTENCIONAL busca trazer esta matéria energética da arte Sumi-e pelo caminho oposto, ou seja pela ato consciente. Enquanto a arte Sumi-e busca captar a essência de seres vivos e num gesto breve capturar o próprio ser vivo, a arte Intencional busca colocar na tela a matéria energética benéfica do pintor.
É possível? Eu acredito que sim! Tanto quanto, podemos transmitir energia de qualidade nos passes mediúnicos, no kA do messianismo, ou através da energia Reik.
Entre comprar um quadro de um pintor romântico, deprimido e alcoólatra, carregado de matéria deletéria, e um quadro de um pintor intencional (grife) que carrega energia benéfica, as pessoas vão preferir o pintor intencional! Se pensarmos na milenar Arte do Fung-Shui, que busca na harmonização dos ambientes a harmonização do próprio ser, através da reorganização de objetos, cores e materiais, poderemos compreender a eficácia da Arte Intencional.
O que faz o Feng-Shui? O Feng-Shui utiliza-se de objetos, que nada mais são do que sinais neuro-linguísticos, enviando mensagens positivas ao nosso cérebro. São mensagens de otimismo, de auto-estima, de criatividade, de alegria, de amor, de prosperidade. Nesta medida, a arte Intencional busca o mesmo objetivo através das telas. Qual a primeira coisa que você vê quando abre os olhos ao acordar? NADA, porque seu quarto é muito escuro? Você vai ter dificuldades para levantar da cama!
Um quadro de um boi sangrando pelas espadas de um toureiro? Um quadro de um palhaço triste? Uma revolução histórica? E por toda a sua casa? Quais as mensagens que os objetos e os quadros de sua casa lhe transmitem o dia inteiro?
A MENSAGENS DOS OBJETOS (quarto tópico) é uma realidade no nosso cotidiano. Nosso cérebro inconsciente é bombardeado com todos os tipos de mensagens o tempo todo. Portanto, ao menos em sua casa, em seu ambiente de trabalho, cerque-se de mensagens positivas, que carreguem as energias! Com o Movimento da Arte Intencional podemos difundir, divulgar para as massas a diferença que fará em nossas vidas, nos cercarmos de mensagens positivas e de matéria energética positiva. As Grandes obras de Arte de protesto, ficam muito bem em museus, em salas de Sindicatos, órgãos de governo, mas não na nossa sala de estar! Você colocaria um quadro de um “Retirante” na sua sala de jantar? Provavelmente sim, se você estiver fazendo dieta para emagrecer!
Tenho um filho com autismo, e num determinado momento de sua vida, ele jogava os quadros no chão. Eu tive que retirar todos os quadros das paredes e guardá-los. Em outro momento, em que mudamos de casa, e que meu filho estava mais sereno, consertei as molduras e perguntei para ele se poderia colocar os quadros nas paredes e se ele me ajudaria. Para minha surpresa, ele concordou em colocar os quadros, mas disse que não queria colocar nas paredes as telas de RETRATOS. E frisou; nenhum com rosto! Tenho uma tela de aproximadamente 200 anos, com a pintura de um velho de longas barbas, que pertenceu ao tataravô de meu filho, e que provavelmente está impregnado de matéria energética de má-qualidade. Perguntei se era apenas o quadro do velho, e ele respondeu que não, os outros rostos também. E assim, tanto o quadro bi-centenário do velho, como um retrato a crayon de um soldado, e outro retrato do bisavô, foram devolvidos para a família. Perguntei ao meu filho sobre o motivo de não querer estes quadros e ele respondeu que estes quadros o assustavam.
Seria porque estavam impregnados de matéria energética deletéria? Seria porque a mensagem transmitida pelo quadro não era positiva, quer seja pelas cores ou pela figura representada? Conclusão: em minha casa só tenho quadros de paisagens, marinhas, flores, e figurativas sem rostos definidos.
O quinto tópico é sobre a afirmação do professor Amadeu Bernardo de que: “a CRIATIVIDADE é resultado da CAPACIDADE PERCEPTIVA DO SER HUMANO cujo potencial não é afetado pela Ação Intencional” (SIC).
A meu ver, a CAPACIDADE PERCEPTIVA DO SER HUMANO não precisa e não deve ser inconsciente. Ao contrário, quanto maior a nossa consciência sobre as diferentes formas de linguagem, maior a nossa capacidade perceptiva.
Primeira pergunta: O que é CAPACIDADE PERCEPTIVA?
A capacidade perceptiva nada mais é do que as diferentes formas de Linguagem que o ser humano conhece. Pode ser a linguagem visual, pode ser a corporal, a sensorial da pele, do olfato, da audição, a linguagem do paladar, e a linguagem verbal, a mais impregnada de limitadores culturais. Sendo assim, para aumentarmos a nossa capacidade perceptiva precisamos aprender e termos consciência sobre todas estas formas de linguagens: deixar de sermos analfabetos visuais, analfabetos olfativos, analfabetos auditivos….
Pergunta: Como fazer este aprendizado?
Resposta: Retirando todas, ou partes, de nossas VISEIRAS CULTURAIS!
Um exemplo prático: Desenhe um círculo e dentro um círculo no meio bem menor. O que parece? Um pneu; dirão alguns. Provavelmente alguém que goste de carros. Um chapéu; diria provavelmente um mexicano! Isto quer dizer que a cultura onde estamos inseridos e os nossos interesses limitam o que PERCEBEMOS!
Viajar muito, conhecer e conversar com pessoas diferentes de nós é uma forma de modificarmos e ampliarmos a nossa capacidade perceptiva.
Concluindo, o ultimo tópico, é sobre SER OU NÃO SER ARTE A PRODUÇÃO de alguém com distúrbios mentais ou deficiência mental. Se considerarmos que alguém nestas condições não produz ARTE, teremos que retirar do Hall de Grandes artistas, um Van Gog, e muitos outros artistas. O exemplo foi infeliz. Talvez comparar a Arte de um chimpanzé como não arte, seria mais apropriado. Ainda assim, talvez corrêssemos o risco de sermos injustos com o chimpanzé, afinal, o chimpanzé como primata em evolução, possui uma cultura ainda inacessível para a maioria das pessoas!
Cara Silvia, muito grato por compartilhar sua leitura sobre a ARTE INTENCIONAL e com isso desvendar os meandros dos objetivos almejados. A mim a figura de grife parece perfeita! A contribuição efetiva da arte e do artista para o mundo pode ser ainda mais importante e valiosa para o aprimoramento da CULTURA, sendo esta entendida como valores, hábitos e costumes da população.
Como afirmou, é real que “O movimento da Arte Intencional precisa de uma bela Galeria, nada que pareça alternativo, para reunir os artistas de todos os diferentes nichos de interesses. Um local, onde Arquitetos, designers de interiores e público em geral tenham como referência”. Vamos concretizar!
Vamos todos continuar conversando?
Abraços
Amadeu Bernardo